terça-feira, 22 de agosto de 2023

 JOGOS OLÍMPICOS DE PEQUIM 2008

 

Quem é o vencedor?

Decidem os atletas!

 

 

 

 

A prestação do atleta e o julgamento final!

Apurar e declarar um vencedor numa qualquer prova é, certamente, uma tarefa inata da competição desportiva, cada vez mais isenta de dificuldades agora que a tecnologia vai sendo um fator determinante. Todavia, casos houve (e continuam) em modalidades onde o desempenho dum atleta, sob julgamento de um declarado árbitro, se pode revestir de alguma dificuldade acrescida.

Um exemplo muito paradigmático dessa realidade pode ser encontrado em modalidades onde pode verificar-se o descontrolo da massa adepta, o destempero ou o julgamento de um qualquer árbitro por erros grosseiros - a exteriorização de comportamentos piores, sem nexo.

Julgar não é fácil.




Por vezes, as decisões nem sempre encaixam na verdade ou na justiça desportiva – todavia a inteligência humana deveria saber suprir essas falhas e concorrer para a dignificação do espetáculo desportivo – muito raro!

Recordemos um episódio deveras interessante ocorrido em Pequim, nos Jogos de 2008.

Desenrolava-se a competição de ginástica, de barras paralelas, homens, quando os juízes se debateram com imensas dificuldades em apurar o vencedor da medalha de prata – dúvidas relativamente a dois finlandeses, Savolainem e Terasvita – um empate difícil de resolver. Tanto o público assistente como os próprios atletas começavam a dar sinais de impaciência face ao tempo e à indecisão dos árbitros.

Então, os dois atletas em causa, fartos de esperar, decidiram-se.

Num momento de extremo espírito olímpico, dirigiram-se até ao lugar onde se encontravam os juízes e solicitaram autorização para colaborarem naquela difícil tarefa – autorização concedida. Afastaram-se para um lugar mais discreto e entre ambos, analisando o comportamento de cada um, chegaram a uma conclusão – escolheram para vencedor, o Savolainem, baseados na honesta conclusão de que havia tido o melhor desempenho.

Por estranho que pareça, o colégio arbitral concordou com a opinião de ambos e decidiu oficialmente!

Impossível ou muito difícil semelhante caso voltar a acontecer. Se assim for, estaremos na presença de uma nova era desportiva onde os valores mais altos da competição permanecem imaculados, segundo os cânones desejados.

Aguardemos!  

 

“Autor: Ilídio Torres

Membro da Academia Olímpica de Portugal

Órgão do Comité Olímpico de Portugal

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