JOGOS OLÍMPICOS DE LOS ANGELES 1932
Por amor a um cavalo
Vencer com dignidade
Por amor a um … cavalo!
O homem e o animal, dois seres, uma ligação geradora,
sentimentos mútuos.
O inusitado mas nobre comportamento de um cavaleiro que demonstrou
ter na sua montada mais do que um simples animal, antes um companheiro de
tantas lides desportivas, um aliado nas boas e nas horas más da sua prática.
Quem o demonstrou foi Shunzo Kido quando participou nos
Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932, integrando a equipa equestre japonesa.
Foi um momento extraordinário, um comportamento muito
especial na prova que disputava. No decorrer das várias tarefas e do esforço
que vinha a provocar à sua montada, o japonês tomou consciência que o dueto se
desfazia, que o animal, farto e cansado, se encontrava num estado físico
deplorável. Mesmo que se decidisse a forçar o cavalo podia correr o duplo risco,
o de lhe provocar algo de muito perigoso e os resultados desportivos serem os
mesmos! Optou por terminar ali a sua prestação e poupar a sua montada que havia
já dado tudo o que podia.
O mais significativo era que, no momento, a equipa japonesa
se encontrava na liderança da competição!
Os Jogos ficaram para trás e o seu feito iria ter
repercussões pois uma organização americana de cariz humanitário, de Riverside,
na Califórnia, homenageou o atleta japonês pelo seu gesto e respeito pelo
animal - trocar a vida do seu cavalo pela glória de vencer.
Relativamente ao atleta em questão, ele mesmo confessou
que a honra de participar nos Jogos Olímpicos se revestia de algo completamente
diferente de participar num qualquer mundial. A prova em questão fazia parte de
uma especialidade de um denominado “concurso
completo”, uma distância de 32,29 quilómetros a vencer através de vários
percursos com cinquenta obstáculos a ultrapassar, um verdadeiro sacrifício, um
esforço violento tanto para o cavalo como para o cavaleiro. Tomou a sensata
decisão de terminar a prova olhos postos no seu amigo, coberto de suor - continuar
seria poder condená-lo a uma morte prematura.
O seu gesto não passou alheio a pessoas assistentes que não
deixaram de sentir algo diferente ao presenciarem o cavaleiro afagando o seu
cavalo – dizem que espectadores mais sensíveis não conseguiram reprimir as
lágrimas.
Sem comentários:
Enviar um comentário