terça-feira, 29 de agosto de 2023

 JOGOS OLÍMPICOS DE LOS ANGELES 1932

 

Por amor a um cavalo

Vencer com dignidade


 

 

 

Por amor a um … cavalo!

O homem e o animal, dois seres, uma ligação geradora, sentimentos mútuos.

O inusitado mas nobre comportamento de um cavaleiro que demonstrou ter na sua montada mais do que um simples animal, antes um companheiro de tantas lides desportivas, um aliado nas boas e nas horas más da sua prática.

Quem o demonstrou foi Shunzo Kido quando participou nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932, integrando a equipa equestre japonesa.



Foi um momento extraordinário, um comportamento muito especial na prova que disputava. No decorrer das várias tarefas e do esforço que vinha a provocar à sua montada, o japonês tomou consciência que o dueto se desfazia, que o animal, farto e cansado, se encontrava num estado físico deplorável. Mesmo que se decidisse a forçar o cavalo podia correr o duplo risco, o de lhe provocar algo de muito perigoso e os resultados desportivos serem os mesmos! Optou por terminar ali a sua prestação e poupar a sua montada que havia já dado tudo o que podia.

O mais significativo era que, no momento, a equipa japonesa se encontrava na liderança da competição!

Os Jogos ficaram para trás e o seu feito iria ter repercussões pois uma organização americana de cariz humanitário, de Riverside, na Califórnia, homenageou o atleta japonês pelo seu gesto e respeito pelo animal - trocar a vida do seu cavalo pela glória de vencer.

Relativamente ao atleta em questão, ele mesmo confessou que a honra de participar nos Jogos Olímpicos se revestia de algo completamente diferente de participar num qualquer mundial. A prova em questão fazia parte de uma especialidade de um denominado “concurso completo”, uma distância de 32,29 quilómetros a vencer através de vários percursos com cinquenta obstáculos a ultrapassar, um verdadeiro sacrifício, um esforço violento tanto para o cavalo como para o cavaleiro. Tomou a sensata decisão de terminar a prova olhos postos no seu amigo, coberto de suor - continuar seria poder condená-lo a uma morte prematura.

O seu gesto não passou alheio a pessoas assistentes que não deixaram de sentir algo diferente ao presenciarem o cavaleiro afagando o seu cavalo – dizem que espectadores mais sensíveis não conseguiram reprimir as lágrimas.

 

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